sábado, 25 de setembro de 2010

A arte de contar Mentiras

Uma pesquisa feita na Itália mostrou quem a opinião pública pensa que são os maiores mentirosos. Em primeiro lugar, os políticos, com 72% dos votos. Depois, pela ordem, vieram os jornalistas, os comerciantes e os publicitários. No Brasil, uma pesquisa dessas mudaria.
Você sabia que passamos a metade da nossa existência mentindo? E que, com muita freqüência, a mentira é necessária?
Tão antiga quanto a humanidade, ela faz parte da nossa vida. Está presente nos jornais, nos livros da melhor literatura, em documentos de governo, nos discursos de políticos e até na Bíblia.
Na maioria das vezes, a mentira não passa de uma bobagem. Mesmo assim, o maior teólogo da Igreja Católica, São Tomás de Aquino, deu-se ao trabalho de classificar a mentira em três espécies ou graus: a divertida, a utilitária e a daninha, capaz de causar graves prejuízos. A última é que é importante: ardilosa e sutil, pretende mudar os fatos.
O esforço físico e mental de mentir ganhou representação visual no nariz comprido como o de Pinóquio.
Em qualquer caso, a mentira tem de ser bem contada. Pesquisadores da Temple University, na Filadélfia (EUA), descobriram que contar mentira dá trabalho. Numa experiência, feita com ressonância magnética funcional por imagem, constataram que o cérebro faz um esforço maior que o normal para contar uma mentira. E se é contada a uma pessoa muito próxima, o esforço é dobrado e pode ser perigoso. Quanto maior a intimidade, maior a necessidade de reforçar a mentira contando outras mentiras, para "defender" a primeira. O resultado é um estresse que acaba em somatizações como dores musculares, tiques nervosos e males mais graves.
Mentirosos desse grau podem desenvolver múltiplas personalidades. Uma para cada situação que criaram. E administrar isso transforma a vida num inferno em que o mentiroso vai vivendo até... se queimar. Nesse ponto, a conseqüência mais séria é, além das somatizações, a perda do afeto dos outros. O destino final do mentiroso é o isolamento social.
São Tomás de Aquino diria que é um inferno mais que adequado. Pois o que o mentiroso mais quer é o relacionamento, o convívio com os outros. O mentiroso pensa que, para se relacionar com o mundo, precisa mentir. Não está totalmente errado, mas mentir o tempo todo é uma doença. Ou porque ele se considera tão imperfeito que precisa da mentira como um escudo, ou porque se julga tão superior que a mentira é um disfarce para iludir o outro sobre sua genialidade e afagar o próprio ego.

Pescadores, com suas histórias mirabolantes, também são associados a esse comportamento.
Mas, dos 8 aos 80, o mentiroso é um sujeito inteligente. Um estudo dos doutores Paul Ekman e Maureen O'Sullivan, da Universidade da Califórnia (EUA), mostrou que os mentirosos patológicos têm 26% mais de "massa branca" na região associada à mentira no córtex cerebral. A "massa branca" são as duplas de neurônios com que o cérebro é capaz de criar - portanto, nossa matéria pensante.
Há mentiras que ficam para sempre. Para convencer as pessoas de sua época que o orgulho, a presunção e a falsidade são os piores pecados, o autor bíblico criou o mito do Paraíso e nele fez a serpente contar mentiras à mulher de Adão. Seduzida pelos argumentos, Eva acredita que ela e Adão não morrerão, mas serão como os deuses se comerem da árvore proibida, plantada por Javé no centro do jardim. A árvore da imortalidade estava reservada somente aos que soubessem discernir entre o bem e o mal. Adão e Eva morreriam se comessem seus frutos, pois não estavam preparados. Mas a astúcia da mentirosa cobra faz Eva comer o fruto que não pode e ainda oferecê-lo ao inocente e parvo Adão, que está bem ao seu lado, mas totalmente alheio à conversa da cobra com a mulher.
fonte

Um comentário:

  1. Tinha que ser os politicos mesmo!
    São os reis da mentira
    Até o nosso 13º salário é mentira.....

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Silvana Marmo